Guardas Municipais Prometem
paralisação neste Sábado e divulgam
carta à população
paralisação neste Sábado e divulgam
carta à população
Autor Mauricio Garcia
Nossa redação recebeu uma "Carta Aberta" de representantes da Guarda Municipal de Santa Luzia, informando das condições precárias de trabalho e das reivindicações da categoria para o exercício da função. A carta ainda comunica da paralisação que acontecerá neste sábado no Portal Santa Rita.
Pouco antes das últimas eleições o atual prefeito recebeu um grupo de aproximadamente dez guardas em sua residência para uma reunião e disse que faria da Guarda Municipal de Santa Luzia (GMSL) a melhor da Região Metropolitana.
Ao assumir a prefeitura o chefe do executivo pediu seis meses de prazo para colocar as contas da prefeitura em dia e posteriormente analisar as necessidades extremas da nossa instituição. Oito meses se passaram e não tivemos nossa situação analisada pelo prefeito. Cerca de 70 Guardas estiveram na porta da prefeitura e conseguimos através do Presidente da OAB luziense, Francisco Massara Gabrich o agendamento de uma reunião entre cinco membros representantes dos Guardas, o Secretário de Segurança Pública, a Vice-prefeita e o Prefeito.
Na referida reunião apresentamos ao prefeito uma pauta de reivindicações que priorizava a reestruturação da instituição e a valorização de seus profissionais. Mas o prefeito foi enfático em dizer que tinha outras prioridades no momento, como a saúde e a educação. Todos saíram chateados da reunião, mas por também fazermos parte do povo luziense e estar ciente dos principais problemas da cidade, resolvemos então esperar a realização de um seminário prometido pelo Sr Prefeito para o mês de outubro passado.
Um novo ano se iniciou e o seminário prometido não aconteceu e os investimentos prometidos para a educação e saúde foram direcionados para o setor de Posturas e Obras. A situação caótica da saúde e educação começou a se refletir nos serviços dos Guardas Municipais que exercem função nos referidos setores. A ineficiência das instituições de ensino, o aumento da violência escolar, a falta de remédios e médicos e o fechamento do Hospital revoltou alguns populares, que reagiram as vezes de forma violenta.
Parece que alguns queriam que entrássemos em atrito com a população, mas nós fazemos parte dela. Não estamos trabalhando somente para multar, proteger o patrimônio e funcionários da prefeitura, mas sim para garantir que os direitos do cidadão luziense sejam respeitados.
A Guarda Municipal de Santa Luzia recebe o PIOR SALÁRIO e tem a PIOR ESTRUTURA entre todas as Guardas Municipais da Região Metropolitana, fato comprovado por um estudo que contém inclusive contracheques em anexo. Nossas VIATURAS estão totalmente sucateadas, com pneus carecas, bancos quebrados, sem giro-flex, sem manutenção alguma, colocando em risco a integridade física dos Guardas e da própria população. Ao invés de prestarmos segurança, estamos oferecendo riscos ao cidadão, com essas viaturas que podem perder o freio a qualquer momento e causar uma desgraça, que no fim, o próprio Guarda arcará com as consequências. Não há EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE SEGURANÇA e defesa, pois existem somente 20 coletes balísticos (que estão perto de vencerem) para 110 profissionais, com alguns atuando muitas das vezes sozinho, em áreas de alta periculosidade. Somos a única Guarda da RMBH que não possui sequer uma arma de choque (TASER).
Alguns POSTOS DE SERVIÇO estão caindo aos pedaços, sem sequer um banheiro ou local para o Guarda fazer suas necessidades básicas. A maioria trabalha doze horas na rua e não recebem sequer um TICKET, VALE LANCHE ou AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. As TROCAS DE SETORES são constantes. Alguns Guardas formados na área de educação prestando serviço em Postos de Saúde e outros sem educação alguma atuando em locais que exigem total atendimento e relacionamento com o cidadão. ESCALAS SEM CRITÉRIOS. Trabalhamos em risco constante e não temos sequer um PLANO DE SAÚDE. Os Guardas se disponibilizaram a pagar do próprio bolso usando apenas o CNPJ da prefeitura, mas o nosso prefeito não mostrou interesse em nos ajudar.
Nossa profissão é comprovadamente perigosa, mas nossa PERICULOSIDADE está sendo paga de forma ilegal e os Guardas que prestam serviço na área de saúde não recebem INSALUBRIDADE. Nosso PLANO DE CARREIRA não foi sequer analisado pelo prefeito. Não há expectativa alguma de crescimento e valorização. Prova disso, que mais um policial reformado foi contratado para ser o subcomandante da corporação.
Os Guardas formados em 2012 não possuem sequer uma BLUSA DE FRIO e CARTEIRA FUNCIONAL para a identificação. O prefeito não quis conceder nem pagar as férias prêmio dos Guardas que completaram cinco anos de prefeitura.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública não aprovou projetos enviados pela GMSL para aquisição de equipamentos e viaturas, pois os critérios para recebimento de verbas são o funcionamento do “OLHO VIVO” e o “GABINETE de GESTÃO INTEGRADA MUNICIPAL”, mas o prefeito desativou ambos os serviços e consequentemente não recebemos a verba. Além disso, o chefe do executivo deseja nos tirar da atual Sede, que foi reformada com verba federal, onde existe uma cláusula contratual que garante nossa permanência no local por dez anos, para nos alojar em local totalmente desapropriado dentro do centro administrativo.
Temos a convicção de que o nosso Secretário e integrantes da instituição buscaram desde o começo um diálogo perante o prefeito, mas absolutamente nada foi atendido ou sequer analisado. Portanto, fomos forçados a paralisar os serviços até que o prefeito nos receba e cumpra com sua promessa, pois o povo luziense quer a melhor Guarda Municipal da Região Metropolitana, prometida por ele.
DESCULPE-NOS O TRANSTORNO, ESTAMOS LUTANDO PELO DIREITO DE PROTEGÊ-LO!!!
Guarda Municipal de Santa Luzia
Paralisação sábado, dia 08/02 as 14hs no Portal Santa Rita.
(Pedro Bueno) Só uma observação no seu texto...
os critérios de aprovação para aprovação dos projetos via senasp é o GGIM e um projeto de videomonitoramento coerente e funcional, e não, padrão olho vivo ok.
Na situação em que o GGIM e o Videomonitoramento não estejam funcionando nos cabe pedir uma fiscalização in loco para Senasp
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