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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Aposentado atira em vigia em posto

Usuário de centro de saúde da capital se irritou com a fila, se desentendeu com o porteiro e sacou um revólver

Publicado no Super Notícia em 19/01/2011

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VICTOR HUGO FONSECA

falesuper@supernoticia.com.br

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A insatisfação e a impaciência de um aposentado de 63 anos com o atendimento em um posto de saúde, no bairro Jardim São José, região Noroeste de Belo Horizonte, no início da manhã de ontem, por pouco não tiveram um fim trágico. O homem atirou três vezes contra o porteiro do local, que foi socorrido e passa bem. Na hora, cerca de 40 pessoas estavam na entrada da unidade esperando o início dos atendimentos.

Segundo o sargento Vagner Souza, Paulo Vicentino Vidal estava no meio do grupo de pessoas que aguardava a abertura do posto, na rua Violeta de Melo. Eram 6h30, quando o porteiro Elias Gonçalves da Silva, de 48 anos, chegou e abriu o portão.

Vidal teria sido aconselhado a esperar a sua vez. Irritado, o aposentado sacou uma arma e atirou na direção de Silva. Apenas um tiro acertou o ombro do porteiro, que foi socorrido pelo Samu para o Hospital João XXIII. Outros moradores entraram em pânico e correram. Vidal conseguiu fugir. A princípio, foi divulgado pela PM que ele teria 81 anos.

Durante o atendimento médico, policiais militares conseguiram ouvir Elias Silva. O porteiro contou que no ano passado o aposentado ficou irritado depois que ele se recusou a medir sua pressão. "Os médicos estavam almoçando e não tinha ninguém para checar a pressão, o aposentado quis que ele medisse, mas Silva se negou por não estar capacitado para isso", relatou o PM.

O guarda municipal Samuel Brito, que faz a vigilância do posto, contou que o porteiro já foi ameaçado pelo aposentado. "Ele é conhecido por fazer provocações. Em dezembro, o Elias me avisou que foi ameaçado, fui até o idoso, ele não gostou e saiu dizendo que mataria o porteiro", disse.

Os policiais foram informados ainda que o idoso já ameaçou outros funcionários, entre eles, uma diretora do posto. "Ele não aceita esperar, acha que por ser mais velho e ter problemas de saúde tem que ser o primeiro", afirmou o sargento. A PM esteve na casa de Vidal, onde encontrou uma garrucha calibre 38 com duas munições intactas e vários remédios. A princípio, essa não teria sido usada no crime.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o aposentado é usuário do centro desde 2002. Este ano, ele foi atendido quatro vezes, sendo uma delas por um psiquiatra. A secretaria afirma que todos os centros de saúde contam com a vigilância de até dois guardas municipais. Ontem, a unidade do São José atendeu apenas "casos agudos" e recebeu reforço de outros seis guardas. O atendimento só será normalizado amanhã.

Manifesto
Servidores e usuários do Centro de Saúde São José prometem fazer hoje uma manifestação pela paz nesta, a partir das 9h em frente à unidade de saúde, que só voltará a atender normalmente na quinta-feira. A manifestação, que conta com o apoio do Sindibel, também deverá reunir entidades do movimento sindical e popular além de moradores. O vigilante Elias Silva foi atingido no ombro, mas sem gravidade. Ele está internado no HPS. O agressor, Paulo Vicentino Vidal, está foragido e é procurado pela polícia.

Guarda sem arma

O guarda Samuel Brito, que chega às 7h no posto, não presenciou o fato, mas afirmou que se estivesse no local pouco poderia fazer. "Fico preocupado, deveria proteger os funcionários, mas numa situação dessas me sinto desprotegido. Se tivessémos uma arma, talvez inibissemos esses atos", disse.

A assessoria da Guarda Municipal informou que os 1.828 integrantes estão passando por exames psicotécnico para avaliar a capacidade de portar arma de fogo – o procedimento é mais um passo para a liberação do porte de arma, que ainda não tem previsão para acontecer na capital.

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