Seguidores

Visitantes ONLINE

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

30/01/15 - Por Dennis Guerra: Na tarde desta sexta (30) a equipe da 
ROCAM do 29° localizou um suspeito pelo assassinato da GCMF 
Paola. Saiba mais ao final desta matéria. Aproveitando esse momento,
 (Postagem original em 29/01/15) Na tarde de hoje, ocorreu o 
sepultamento da GCMF Ana Paola Teixeira - Mãe, esposa, 
filha, amiga... guerreira. Não quero aqui simplesmente reportar uma 
notícia - quero ir além e compartilhar sentimentos. Faço isso em 
nome de algo que considero um divisor de águas. Hoje estou exausto - 
emocionalmente - mas não posso deixar isso para outro momento. 
Ontem, por volta das 21:00, quando seguia para o velório, sentia uma 
sensação estranha. Foi naquela 



região que iniciei na GCM. Ali, reencontrei colegas daquela época - lembranças do início na atuação policial.
Lembro-me da Paola. Lembro-me do início do relacionamento entre ela e o Roberto. Lembro-me de ambos 
juntos. Os anos passaram e eles constituíram uma linda família. Conforme chegavam as informações dessa 
tragédia naquela manhã, as reações das pessoas seguiam na mesma proporção. Tamanha indignação não se 
limitaria aos colegas da GCM/SP, além dos familiares, é claro. Ela se estendia a integrantes de outras forças 
policiais. Ela repercutira por uma parcela da sociedade que ainda consegue vislumbrar o momento crítico que 
vivemos. Era mais um crime covarde, cruel e indigno da raça humana.

Durante a entrevista concedida pelo marido da vítima ao programa Brasil Urgente, eu me peguei pensando: eu 
não seria capaz de transmitir tanta luz em minhas palavras. Quem seria capaz de ter tanta iluminação 
espiritual em um momento como aquele? Ele foi capaz. Na manhã de hoje, as movimentações vistas para 
comparecer ao velório foi outro fato de de imensa importância. Infelizmente, já estive presente em muitos 
momentos como esse, mas em poucos presenciei algo assim. Isso significa que os outros tiveram menos
importância? Lógico que não. Isso significa que algo precisa ser feito, pois não aguentamos mais! 


"Quinta feira, 29 de Janeiro, 09:30 horas, Saindo agora da Igreja Batista pela Av. Buturussú, onde está 
ocorrendo o velório da GCM Ana Paolla Teixeira que foi morta ontem com tiros na cabeça, onde fui 
prestar minhas condolências e meu apoio a toda família e aos amigos GCM que se encontravam 
presentes. Uma situação muito triste, que nos deixa sem qualquer palavra de consolo para 
o marido, os dois filhos e demais familiares e amigos que perderam uma pessoa tão querida. 
O pior é que nada é feito para evitar esse genocídio de policiais que está ocorrendo. Tenham certeza 
de que continuarei na batalha para mudar essa hipocrisia nacional..." Por Deputado Estadual Paulo 
Telhada -Facebook

No velório, as palavras do pastor foram um alento. O subcomandante da GCM/SP, Inspetor Vanderlei, 
estavam abaladas pela dor. Mais uma vez, o Roberto, juntamente com o seu filho (um sobrevivente, já na 
tenra idade, considerando que o algoz de sua mãe ainda tentou assassiná-lo) foram além das possibilidades.


Não eram eles que precisavam de alento. Éramos nós, e eles nos confortaram... 

Algo além disso me chamou a atenção: a família permitiu durante todo o tempo a presença de equipes de jornalismo no local. Normalmente, os familiares preferem preservar tais momentos. Eles fizeram diferente, como se aquilo servisse como um alerta para nós policiais, para a sociedade, para a própria mídia e para os governantes.


"Em homenagem a essa mulher guerreira, virtuosa, valorosa, mãe, esposa e profissional. Paola você foi um anjo azul entre nós e como anjo iluminado volta para os braços do pai". Por Luciane Miquelin


 


O cortejo foi algo que, no íntimo, não te deixa esquecer a importância da vida policial e o que ela significa. Cerca de 1000 metros da avenida tiveram o seu trânsito desviado para alocar as inúmeras viaturas e veículos particulares que participariam do cortejo. Além de São Paulo, equipes das guardas municipais de Ferraz de Vasconcelos, Santo André, Guarulhos, Itaquaquecetuba e Polícia Militar estiveram presentes. Só podemos dizer muito obrigado!








Durante o sepultamento, sociedade civil, guardas municipais, representantes do legislativo municipal (Vereador Ari Friedenbach e Vereadora Edir Sales) e policiais militares compartilhavam tristeza, indignação, dor... e esperança.































Fotos: Dennis Guerra e Cipriano

Esperança de que nós, como sociedade, possamos dar um basta em tanta violência e impunidade. 
Esperança de que famílias não sejam destruídas, esperança de que o mal não vença, nunca!

E durante uma breve conversa, um colega desabafou: "Infelizmente, amanhã tudo isso será esquecido.
 A página será virada. Uma outra vítima chamará a atenção... eu vejo isso a anos. Isso ocorre a cada
 assassinato - a cada execução".

Eu, como muitos, espero ver nesse momento um divisor de águas. Que as mudanças se iniciem por nós
 mesmos. Nós, policiais - independente do uniforme - e sociedade, tomemos as rédeas desse jogo. Ele 
está pesando apenas para um lado. Temos que reverter essa situação. 

"Por um atentado em outro país, o mundo se comoveu. Por um traficante, presidentes e embaixadores
 ficaram estarrecidos. E por mais uma vítima da criminalidade, da covardia, da mais deplorável 
demagogia e benefícios aos mau-feitores, poucos ficam indignados. Onde estão os cartazes com 
dizeres fortes? Onde está a mídia, a não ser para o sensacionalismo? Onde está a indignação 
que a pouco adentrava aos nossos lares? Hipócritas e demagogos, infelizmente estamos no Brasil". 
Por Flávio - WhatsApp

Para que isso ocorra, nós policiais temos que iniciar uma pequena revolução. Uma revolução interior, em 
cada um de nós: uma infinidade de atitudes pequenas, incompetências micro e macro, comportamentos 
mesquinhos, devem ser postos de lado. O material humano deve ser o ponto principal - e não políticas 
passageiras. A preocupação com o colega deve ser algo inerente à função. Essa preocupação deve ser
 institucionalizada sim, mas deve começar por nós. 

Além disso, políticas eficazes de combate ao crime - que não cairão do céu, mas pressionando os nossos 
governantes. Legislação que não proteja o criminoso, e sim a vítima. É imprescindível uma reforma séria 
na Justiça brasileira - que só perde em efetividade/incompetência para países em estado de catástrofe ou em
 guerra.

Quando isso acontecer, parceiro, aí sim seremos um. Quando o meu interesse estiver abaixo do interesse 
coletivo, só então poderemos reverter tudo isso.

Até lá, quem dentre nós será a próxima vítima? 

Eu, sinceramente, não sei se era o melhor que eu poderia escrever 
agora. 
Mas é a única coisa que consigo pensar.


O Repórter Fotográfico GCM Sérgio IR-CT fez a última entrevista com a 
GCMF Paola

Na ocasião da SIPAT - Ermelino Matarazzo



O Dia 

E hoje foi assim ... dia de comoção ...
Dia de emoção a flor da pele
Dia de dor de revolta dia de adeus
Dia pra se esquecer
Dia de ser lembrado todos os dias
Dia que faltou ate fôlego
Dia que a ultima nota não veio
Dia que não deu pra segurar o choro
Dia que sugou tudo de mim
Dia que me faltou forças
Dia de contrição
Dia de luto
Dia de velório
Dia de pêsames
Dia de sepultamento
Dia que a vida se curvou pra morte
Dia de repensar valores
Dia pra refletir na vida
Dia pra não se acostumar jamais
Dia de ver ali um corpo imóvel
Dia de desejarmos viver
Dia dessa certeza não nos deter
Dia de quem ali jaz
Que dias assim não se tornem cotidianos


Por Elieser Santos



Para que a sociedade nunca esqueça quem são os seus guardiões!

2 comentários:

  1. EXCELENTE REPORTAGEM, SO DEVEMOS LEMBRAR QUE A UM PROCESSO CORRENDO. A FAMIGERADA ADI OU ADIN POR PARTE DA POLICIA MILITAR CONTRA A LEI 13.022 08.08.2014,QUE DAR MAIOR PODER DE ATUAÇÃO DA GUARDAS CIVIS NO COMBATE A VIOLENCIA.

    ResponderExcluir
  2. EXCELENTE REPORTAGEM, SO DEVEMOS LEMBRAR QUE A UM PROCESSO CORRENDO. A FAMIGERADA ADI OU ADIN POR PARTE DA POLICIA MILITAR CONTRA A LEI 13.022 08.08.2014,QUE DAR MAIOR PODER DE ATUAÇÃO DA GUARDAS CIVIS NO COMBATE A VIOLENCIA.

    ResponderExcluir