Doutor vai pendurar as algemas
CMBH.Edson Moreira, terceiro vereador mais votado, vai trocar, de vez, as delegacias pela carreira política
Meta é atuar na segurança na Casa, mesma escolha de Elaine Matozinhos
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FOTO: ALEX DE JESUS
Razão. Moreira se diz "cansado" de acompanhar leis ineficazes feitas por parlamentares que, segundo ele, não entendem de segurança
A Polícia Civil de Minas Gerais vai perder um de seus oficiais mais célebres. Em 23 anos na corporação, Edson Moreira chefiou o Departamento de Investigações, o Deoesp e o Detran. A fama nacional veio em 2010, com a prisão e a apuração do caso do ex-goleiro Bruno. Essa biografia rendeu a ele ser eleito o terceiro vereador mais votado de Belo Horizonte no ano passado.
Mas, como não conseguiria compatibilizar as atribuições na Câmara com o trabalho na Polícia Civil, Moreira vai se aposentar da carreira policial.
A troca de carreira, segundo o delegado, não irá alterar a sua principal causa: a segurança pública. "De tanto combater o crime e ver as leis antigas e frágeis sendo feitas por quem não conhece o assunto, resolvi partir para esse lado", afirma. "Não estou abandonando a luta. Entro de cabeça. Quero brigar".
Segundo Moreira, o poder que o cargo de vereador proporciona já rendeu possibilidades para atuar em favor de melhorias na área. "Só fiquei sabendo de certas coisas depois que estou no Parlamento. A população, hoje, está clamando por leis mais dignas. A bandeira da segurança pública já está esquecida".
Entre as primeiras propostas apresentadas pelo delegado está uma que trata da verificação de óbito na capital, que, segundo ele, precisa ser aprimorada. O policial também pretende ampliar a atuação da Guarda Municipal. "A Guarda está muito mal aproveitada. Ela pode atuar no trabalho ostensivo e no preventivo", avalia o delegado, que foi conduzido para seu primeiro mandato como com o aval de 10.532 votos.
Além da incompatibilidade de tempo, Moreira, ao tomar posse, teria que escolher um salário. Ele optou pela aposentadoria do Estado - que deve ser confirmada até março. O rendimento será acrescido de R$ 12.459,92, que é o subsídio do vereador da capital.
Semelhança. Há cerca de 15 anos, a vereadora Elaine Matozinhos (PTB) passou pela mesma situação. Delegada da Polícia Civil por 24 anos, ela foi uma das fundadoras da Delegacia das Mulheres. Eleita para seu primeiro mandato na Câmara em 1996, a vereadora também não conseguiu conciliar as profissões e acabou abrindo mão do trabalho policial.
"Como trabalhei ao longo da minha vida na segurança pública, percebi que as bandeiras que defendo, às vezes, não são viabilizadas porque não há poder político", relata a petebista, que não descarta voltar para a polícia quando deixar o plenário. Elaine foi a única mulher eleita para a nova legislatura. Além de cumprir o quarto mandato na Câmara, ela já foi deputada estadual (1999-2003).
Mas, como não conseguiria compatibilizar as atribuições na Câmara com o trabalho na Polícia Civil, Moreira vai se aposentar da carreira policial.
A troca de carreira, segundo o delegado, não irá alterar a sua principal causa: a segurança pública. "De tanto combater o crime e ver as leis antigas e frágeis sendo feitas por quem não conhece o assunto, resolvi partir para esse lado", afirma. "Não estou abandonando a luta. Entro de cabeça. Quero brigar".
Segundo Moreira, o poder que o cargo de vereador proporciona já rendeu possibilidades para atuar em favor de melhorias na área. "Só fiquei sabendo de certas coisas depois que estou no Parlamento. A população, hoje, está clamando por leis mais dignas. A bandeira da segurança pública já está esquecida".
Entre as primeiras propostas apresentadas pelo delegado está uma que trata da verificação de óbito na capital, que, segundo ele, precisa ser aprimorada. O policial também pretende ampliar a atuação da Guarda Municipal. "A Guarda está muito mal aproveitada. Ela pode atuar no trabalho ostensivo e no preventivo", avalia o delegado, que foi conduzido para seu primeiro mandato como com o aval de 10.532 votos.
Além da incompatibilidade de tempo, Moreira, ao tomar posse, teria que escolher um salário. Ele optou pela aposentadoria do Estado - que deve ser confirmada até março. O rendimento será acrescido de R$ 12.459,92, que é o subsídio do vereador da capital.
Semelhança. Há cerca de 15 anos, a vereadora Elaine Matozinhos (PTB) passou pela mesma situação. Delegada da Polícia Civil por 24 anos, ela foi uma das fundadoras da Delegacia das Mulheres. Eleita para seu primeiro mandato na Câmara em 1996, a vereadora também não conseguiu conciliar as profissões e acabou abrindo mão do trabalho policial.
"Como trabalhei ao longo da minha vida na segurança pública, percebi que as bandeiras que defendo, às vezes, não são viabilizadas porque não há poder político", relata a petebista, que não descarta voltar para a polícia quando deixar o plenário. Elaine foi a única mulher eleita para a nova legislatura. Além de cumprir o quarto mandato na Câmara, ela já foi deputada estadual (1999-2003).
RANKING
Empresários, advogados e professores são maioria
O alto índice de renovação na Câmara Municipal de Belo Horizonte na última eleição trouxe um novo perfil dos ocupantes das cadeiras da Casa. Liderando o ranking das profissões dos parlamentares estão os empresários. Pelo menos dez deles possuem negócios próprios. O presidente da Casa, Léo Burguês (PSDB), por exemplo, inaugurou um restaurante na Savassi, o terceiro empreendimento do gênero do tucano na mesma região. Já Preto (DEM) trabalha com publicidade e marketing esportivo.
Logo em seguida, na lista das ocupações, estão os professores e pastores evangélicos. Entre os parlamentares que vieram das salas de aula estão Ronaldo Gontijo (PPS), Professor Wendel (PSB), Gilson Reis (PCdoB) e Adriano Ventura (PT). Os religiosos são Autair Gomes (PSC), Henrique Braga (PSDB) e Jorge Santos (PRB), além do Bispo Fernando Luiz (PSB), o mais votado de outubro, escolhido por 11.950 eleitores.
Os advogados também são representados por pelo menos quatro parlamentares. Já médicos, são três no Legislativo. (GP)
Logo em seguida, na lista das ocupações, estão os professores e pastores evangélicos. Entre os parlamentares que vieram das salas de aula estão Ronaldo Gontijo (PPS), Professor Wendel (PSB), Gilson Reis (PCdoB) e Adriano Ventura (PT). Os religiosos são Autair Gomes (PSC), Henrique Braga (PSDB) e Jorge Santos (PRB), além do Bispo Fernando Luiz (PSB), o mais votado de outubro, escolhido por 11.950 eleitores.
Os advogados também são representados por pelo menos quatro parlamentares. Já médicos, são três no Legislativo. (GP)
VETERANO
Um tempinho para a pastelaria
A dificuldade para conciliar o trabalho de vereador com as profissões de origem também é encontrada por um dos veteranos da Câmara: Ronaldo Gontijo (PPS). O parlamentar, eleito para o sexto mandato consecutivo, é sócio de uma rede de pastelarias, que conta com mais de 30 estabelecimentos na região metropolitana da capital.
"Muitos têm outras atividades. Temos um trabalho que envolve todos da família há 30 anos", relata o vereador, que afirma ter franqueado algumas das lojas. Segundo ele, nos fins de semana, ainda arruma tempo para dar plantão em uma das unidades que administra, ajudando, inclusive, na limpeza do local.
Antes de se eleger vereador, Gontijo lecionava. Ele é professor de Biologia, com especialização em saúde pública. Após ingressar na política eleitoral, o parlamentar voltou à sala de aula, mas, desta vez, para estudar. Gontijo também se formou em Fisioterapia. "Tenho a Câmara como uma missão, e não como profissão", diz o vereador. (GP)
"Muitos têm outras atividades. Temos um trabalho que envolve todos da família há 30 anos", relata o vereador, que afirma ter franqueado algumas das lojas. Segundo ele, nos fins de semana, ainda arruma tempo para dar plantão em uma das unidades que administra, ajudando, inclusive, na limpeza do local.
Antes de se eleger vereador, Gontijo lecionava. Ele é professor de Biologia, com especialização em saúde pública. Após ingressar na política eleitoral, o parlamentar voltou à sala de aula, mas, desta vez, para estudar. Gontijo também se formou em Fisioterapia. "Tenho a Câmara como uma missão, e não como profissão", diz o vereador. (GP)
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