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domingo, 6 de janeiro de 2013

Voando no veículo policial do futuro

A última coisa que você quer ouvir antes de entrar em uma aeronave sem portas e sem teto é que ela tem baixo custo de operação. Foi a primeira coisa que o chefe de polícia me contou antes de me amarrar no banco traseiro de sua nova arma contra o crime: o primeiro girocóptero policial.

O conceito do girocóptero é uma ideia antiga. Faça o motor girar, use um propulsor traseiro para ganhar velocidade e enquanto anda para a frente um rotor não-motorizado angulado sobre a sua cabeça utiliza o ar empurrado por entre as lâminas para produzir sustentação.




“O uso desse tipo de aeronave não é novidade. A novidade está em trazer as técnicas europeias para o negócio”, diz o Robert S. Hauck, chefe do departamento de polícia de Tomball (Texas) que está participando do Programa de Tecnologia de Aviação do Departamento de Execução de Lei e Justiça para testar o veículo em Houston.



Também é novidade o uso em Tomball. Enquanto eu caminhava pelo hangar com o Hauck, um caminhão da FedEx encostou e o motorista entrou em choque quando viu o girocóptero prateado MTO Sport com a insígnia do departamento de polícia pintado.



“Lembro de quando tínhamos apenas três carros”, disse o motorista ao chefe de polícia.

Uma montanha russa sem trilhos

O MTO Sport precisa de pouco menos que um campo de futebol para decolar. Ganha cerca de quatro metros por segundo e pode chegar a 185 km/h. Ele também consegue sobrevoar a uma velocidade relativamente baixa, permitindo ser usado como um helicóptero circundando uma área sob investigação.


Estou preso ao banco traseiro do girocóptero conduzido pelo piloto-instrutor alemão Guido. Apenas cintos de segurança e um capacete, como se eu estivesse entrando em um Mazda MX-5.
Fomos para a pista e ouvi Guido pedindo permissão para decolar à torre. Banhado pelo ar quente ao meu redor, me senti confortável o bastante para começar a fazer perguntas sobre quão rápido o rotor (conectado ao motor apenas para começar a girar) precisa girar para decolarmos.


Mal terminei de fazer a pergunta e já estávamos no ar. Nem parece que você está a nove metros de altura. Você está no chão e, de repente, você está no ar.


A resposta é entre 80 e 120 RPM, caso você esteja se perguntando sobre o rotor…



De repente começamos a ver toda a área ao redor do aeroporto. Se alguém estivesse fugindo da polícia, conseguiríamos encontrá-lo facilmente. Mas por enquanto tudo o que eu via eram vacas e alguns carros. À medida em que subíamos Guido empinou o nariz do girocóptero e acelerou o motor Rotax posicionado atrás de nós, fazendo com que ficassemos pairando, sem andar em frente.



Guido falou algo sobre como o rotor não-motorizado torna esta aeronave mais segura que um helicóptero comum por já estar em auto-rotação. Em um helicóptero o piloto tem que baixar o nariz da aeronave e esperar que a auto rotação comece antes de atingir o solo. Se o motor falhasse, simplesmente planaríamos até o chão.






Enquanto isso eu tentava não pensar em acidentes e apreciava a vista. Voamos por apenas alguns minutos, mas foi incrível. A sensação de estar voando é muito mais intensa que em qualquer outro avião pequeno ou helicóptero.



Sobrevoamos novamente o aeroporto e então, sem muita cerimônia, Guido mergulha para aterrisar. Estamos no ar e no segundo seguinte, tão rápido quanto a decolagem, estamos na pista de pouso.



Já andei muito mais rápido em um carro, mas a ausência de portas e teto e qualquer tipo de ponto de referência além do chão faz a velocidade do girocóptero da polícia parecer uma montanha-russa sem trilhos.

Helicópteros são caros

Um helicóptero moderno equipado para a polícia pode custar de 1,5 milhão a 4 milhões de dólares. Os custos de operação também são altos – em média 1.000 dólares por hora com dois pilotos.


O Auto-Gyro MTOsport equipado com rádios e pintado nas cores da polícia custa cerca de 75.000 dólares e apenas 50 dólares por hora de operação, já que funciona com gasolina comum. Isso é quase o preço de dois carros topo-de-linha equipados para a polícia.






Comparado ao helicóptero, o girocóptero tem suas limitações. Voa preferencialmente sob a luz do dia, não transporta câmeras FLIR de imagem térmica nem holofotes. Não há teto nem portas, por isso não é muito agradável em dias de chuva ou neve. Também não possui nenhuma blindagem caso os suspeitos resolvam praticar tiro ao alvo.



A demanda de cidades do tamanho de Tomball (com pouco mais de 9 mil habitantes na área central) não justifica a alocação de um helicóptero, mas quando precisam de auxílio aéreo, eles precisam ligar para Houston ou para o Condado de Harris. Isso significa que em situações de emergência é preciso esperar até uma hora pela ajuda – se puderem atender ao chamado.



O Condado de Harris tem mais de 4,1 milhões de habitantes, incluindo 1,6 milhão em áreas não incorporadas, como os arredores de Tomball. Se os oficiais estiverem em espera o MTOsport pode decolar e atender essa região em cerca de 10 minutos, incluindo aí a checagem pré-voo.
Fonte: http://amigosdaguardacivil.blogspot.com.br/2013/01/voando-no-veiculo-policial-do-futuro.html

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