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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012



O prefeito Marcio Lacerda (Foto: Prefeitura de Belo Horizonte)
Quem chutou a resposta, provavelmente errou e, talvez, por muito. A frase, na verdade, virou refrão de uma marchinha de carnaval composta em homenagem ao prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) — cujo nome e sobrenome, diga-se, também começa com a letra ‘m’ e tem “erda” no fim. A canção foi composta pelo produtor Renato Villaça e seu colega João Basílio e está virando hit na capital mineira. A música compete no próximo sábado com outras nove marchinhas no Baile da Banda Mole, um tradicional bloco de rua do centro de Belo Horizonte que organiza o chamado “Concurso de Marchinhas Mestre Jonas”. O nome do concurso, que recebe apoio oficial da prefeitura, é uma homenagem a um músico local. Aquelas que obtiverem os três primeiras lugares receberão, respectivamente, R$5 mil (1º lugar), R$3 mil (2º lugar) e R$1 mil (3º lugar).
Faça-se justiça: a “Marchinha da Estação”, como foi batizada, não menciona literalmente em nenhum de seus versos o nome do alcaide belo horizontino. Mas a alusão e o escárnio com o gestor são claros. Há até, em seus últimos versos, um reconhecimento aos altos índices de aprovação obtidos por Lacerda (diz a letra: Não sei se é propaganda ou se é de verdade/ Parece que ele é mesmo uma unanimidade!). Em outro verso, o motivo de gozação é um decreto municipal que proíbe a realização de eventos em praças públicas. Em Belo Horizonte, o tal decreto gerou um movimento autodenominado Praia da Estação. Como maneira de protestar contra a proibição, alguns belo horizontinos passeiam pela Praça da Estação em trajes de banho de mar: pouco vestidos em biquínis, sungas e toalhas, desfilam pelo centro da cidade. Não é preciso ir muito longe para adivinhar que o tal movimento, é claro, também virou marchinha. É a “Plaza de La Estación”, que diz: “Ô Préfe, não proíbe a minha praia/ Ela é de cimento, mas é lá que eu tiro saia”.

Léo Burguês (Foto: Marcos Moreira/Câmara de Belo Horizonte)
Ainda há outras composições inspiradas na política local. A primeira a estourar nas paradas, inclusive, é a chamada “Na coxinha da madrasta”. A canção homenageia outro político local, o presidente da Câmara Municipal Léo Burguês (PSDB). No ano passado, o vereador teria apresentado como justificativa para receber sua verba indenizatória um total de R$ 62 mil em notas fiscais obtidas em uma mercearia da mulher de seu pai. Disso, nasceram os versos “Agora BH já tem Édipo e Jocasta/ Burgues pôs o seu cigarrete na coxinha da madrasta/ Milhares de reais por mês na coxinha do Burgues”. Não sem razão, o vereador, cujo somente o sobrenome já vale marchinha, não gostou e acionou seus advogados. Eles avisaram o autor, o músico Flávio Henrique, que sua música poderia render-lhe um processo por difamação. O compositor retirou a música do ar assim que recebeu a ameaça. Mas não teve jeito, a canção se espalhou pela cidade e caiu no cancioneiro dos foliões. “Minha ideia foi só fazer uma brincadeira com uma notícia que saiu nos jornais daqui. Mas agora ouço a galera cantando a música até na padaria”, diz Flávio Henrique. O carnaval em Belo Horizonte promete…

Ouça abaixo as marchinhas de Belo Horizonte:
“Marcha da estação” (Renato Villaça e João Basílio)
“Na coxinha da madrasta” (Flávio Henrique)
“Plaza de la estacion” (Wagner Luiz Rocha)
Igor Paulin

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