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domingo, 30 de junho de 2013

Guardas Municipais passaram por prova de fogo e mantiveram a ordem sem violência na Câmara Municipal de Belo Horizonte

Após 13 horas na Câmara dos Vereadores, manifestantes votam a continuidade da ocupação


Após tumulto durante votação que, apesar de ter aprovado os R$0,05, rejeitou outras duas emendas, manifestantes resolveram ocupar a Câmara



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PUBLICADO EM 29/06/13 - 17h10
Em meio a um tumulto,  vereadores aprovaram, na manhã deste sábado (29), o projeto inicial de redução de R$0,05 na passagem de ônibus. Porém, os parlamentares rejeitaram duas emendas propostas pelo PT, que pediam o repasse integral das isenções federais do PIS/COFINS ao valor da tarifa e a publicação da planilha de custo das empresas no site da prefeitura. Com a garantia da BHTrans de também reduzir R$0,05, a passagem pode ficar R$0,10 mais barata na capital mineira.

Ao fim da votação, os manifestantes tentaram invadir o plenário, porém a Tropa de Choque, que até o momento estava escondida, fez um cordão de isolamento e impediu a passagem dos ativistas.

Eles  ainda querem uma reunião com o prefeito Marcio Lacerda. A reivindicação é que a prefeitura revogue o decreto, do início do ano, que aumentou o preço das passagens. Durante a ocupação, os manifestantes hastearam novas bandeiras na Câmara. Os três  estandartes representam os movimentos sociais Fora Lacerda, Passe Livre e Poder Para o Povo. As bandeiras foram colocadas a meio mastro, em homenagem à morte do jovem Douglas Henrique Oliveira, morto na manifestação dessa quarta-feira.

Nesta tarde, durante coletiva do fórum Football for Hope, um evento da Fifa, o prefeito disse ser impossível tomar medidas de forma unilateral, sem antes consultar as empresas de ônibus. "Isso é inaceitável. Temos que tomar medidas em cima de uma auditoria que já estamos fazendo. Temos que ter um pouco de paciência e aguardar a conclusão dos trabalhos, para tomarmos uma decisão responsável", disse. Sobre se encontrar com os manifestantes, o prefeito prometeu pensar no assunto. No entanto, o secretário de Comunicação da PBH, Regis Souto, é quem será enviado até a Câmara para negociar com representantes da comissão.
Porém, segundo Luiza Lafetá, 23 anos, estudante de relações internacionais, o movimento não concorda com a postura da prefeitura de enviar um representante, "um garoto de recados"; e reforçaram que só deixam o local depois de se encontrarem com o prefeito Marcio Lacerda. "O prefeito não está sentindo o peso do povo nas ruas", concluiu.
Mesmo a contragosto, os manifestantes se reuniram com o secretário de comunicação, que vai encaminhar a pauta ao prefeito Marcio Lacerda. Segundo Régis, o prefeito não pôde comparecer à Câmara em função de outros compromissos já agendados. A promessa é que Lacerda se pronuncie ainda neste sábado.
A Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte marcou uma nova reunião para esta noite, às 19h. A prefeitura de Belo Horizonte sugeriu que os manifestantes criem um consellho de tranporte coletivo composto de diversas entidades para que haja representação para uma reunião. O promotor Antonio Baeta acompanha os manifestantes na Câmara Municipal e tomou a palavra para manifestar sua opinião sobre o movimento. "Essa é uma luta contra a impunidade que afeta a todos, estou aqui para testumunhar que esse é um protesto pacífico, ordenado que busca o interesse da socidade", afirmou o promotor.
Os manifestantes estão acampados dentro e fora da Câmara Municipal; apenas o acesso ao plenário está fechado, protegido pela segurança local. O uso de energia elétrica, internet, água e sanitários também foi liberado para os manifestantes. A Polícia Militar (PM) e Guarda Municipal monitoram a ocupação que segue pacífica.

Na hora do almoço, pessoas tocavam samba, enquanto outros dormiam em colchões espalhados pelo entorno da casa.

Tensão

Depois da entrada de aproximadamente 260 manifestantes nas galerias do plenário, o que era permitido, os demais ativistas tentaram entrar na Câmara usando a força. Gritando "o povo vai entrar", a massa fez pressão na porta e uma vidraça acabou quebrada. Conforme manifestantes e outras pessoas que estavam no local, o vidro foi quebrado, na verdade, por um guarda.
Mais de 100 manifestantes entraram em confronto com a Guarda Municipal, órgão responsável por fazer a segurança da Câmara. Os ativistas jogaram tinta e marcaram escudos de guarda e porta da Câmara com corações vermelhos.  A sessão foi interrompida por cinco minutos.
Está prevista ainda uma homenagem ao jovem Douglas Souza que morreu durante a manifestação dessa quarta-feira (26), na capital de Belo Horizonte.
Preso
No final da tarde deste sábado (28), o metalúrgico de 30 anos, Bernardo Lima foi abordado por um segurança nas redondezas da Câmara Municipal que chamou um polícia militar. Bernardo foi detido e levado à seccional Leste da Polícia Militar sobre a acusação de depredação do patrimônio público. Contudo, o delegado que acompanhou o caso entendeu que não houve flangrante uma vez que o acidente, a quebra de um vidro do prédio, aconteceu às 8h da manhã. Depois de solto, Bernardo fez um boletim de ocorrência alegando que foi perseguido pelo segurança.

Um comentário:

  1. Guarda municipal de BH denuncia falta de preparo para agir em manifestações

    A Guarda Municipal de Belo Horizonte não está preparada para agir em manifestações. A denúncia é de um agente da GM que integra a corporação há sete anos. De acordo com o guarda, ninguém da instituição foi preparado para enfrentar casos graves de confronto.
    — Nós nunca usamos, trabalhamos ou fizemos treinamento com aquele material utilizado na Câmara Municipal.
    No último sábado, quando manifestantes ocuparam a sede do legislativo da capital mineira, houve tumulto entre o grupo e os guardas que faziam a segurança do local.
    O agente também denuncia que os equipamentos usados para conter tumultos não funcionam. Os polêmicos sprays de pimenta estariam com a validade vencida e alguns teriam até “virado água”.
    — A maioria dos nossos equipamentos de proteção individual está com problemas e esses problemas não são sanados pela nossa superintendência.

    O episódio ocorrido na Câmara colocou em cheque o preparo da guarda para agir em casos de crise. Para Severo Augusto, especialista em segurança, a corporação não deveria atuar nos chamados distúrbios civis, que seriam de responsabilidade apenas da Polícia Militar.
    — A Guarda Municipal tem uma função muito específica que é de zelar pelo patrimônio do município.
    Para Augusto, além de não ter a função de controlar manifestações, a guarda não está preparada para isso.
    — A Guarda Municipal de Belo Horizonte não teve treinamento adequado para atuar nesse tipo de distúrbio. No caso da Polícia Militar, os militares que atuam no Choque são policiais com muita experiência e, acima de tudo, com uma preparação psicológica especial.
    A prefeitura informou que os equipamentos usados pelos guardas são autorizados pelo Exército e que os profissionais passaram por treinamento antes de assumir a função. O órgão ainda afirmou que a denúncia de que os equipamentos não funcionam é "inverídica".

    Fonte: Portal R7

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