Guardas Municipais de
diferentes cidades do Paraná e do Brasil estiveram reunidos em Curitiba
para debater o “Papel da Guarda Municipal e a Regulamentação da
Carreira”. O encontro ocorreu na sede da APP-Sindicato, no último dia 15
e foi promovido pela Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais Cutistas do Paraná (Fessmuc-PR), pela Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (Confetam) e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR). Eles
almejam que o Congresso Nacional defina o mais rápido possível as
atribuições e amplie a capacidade de atuação da categoria. O objetivo
final é aumentar a proteção à população e reduzir a violência.
Curitiba, por exemplo, é considerada a sexta capital mais violenta do
país. Mesmo assim, guardas municipais de Curitiba são punidos pela
Procuradoria Geral do Município por evitar crimes ou realizar trabalhos
preventivos.
O poder de polícia foi um dos
principais pontos reclamados durante o seminário. Segundo o
ex-corregedor-geral da Polícia Civil do Paraná, Dr. Annibal Bassan
Junior, é incoerente que a lei permita que qualquer cidadão realize uma
prisão, mas que o guarda municipal fique impedido de atuar dessa maneira
sob pena de ser considerado abuso de autoridade. "A dificuldade que eu
enxergo é a intepretação da Constituição Federal. É quase unânime (por
políticos) que guarda é um ‘vigilante público’. Isso se cristalizou.
Isso só mudará quando a Presidência da República enxergar de forma
diferente”, analisa Bassan. Essa é a mesma opinião da guarda municipal
Gisele Tavares Lima, de Paranaguá, que encontra o mesmo problema:
“Precisamos nos unir para poder garantir condições de trabalho, fazer os
projetos saírem do papel”, solicita. Neste contexto, um acórdão do STJ
(Superior Tribunal de Justiça) define que o guarda municipal é agente da
autoridade municipal e pode efetuar prisões (veja reportagem STJ decide ser legal prisão efetuada por guarda municipal em São Paulo).
O palestrante Maurício de
Mendonça Villar, presidente da União Nacional dos Guardas Municipais,
foi na mesma linha da regulamentação da atividade. Ele abordou
experiências de guardas municipais e sobre a PL da regulamentação das
guardas municipais. “Não podemos assumir uma responsabilidade que não é
nossa. Essa responsabilidade é do poder público”, citando as atribuições
dos guardas na segurança dos cidadãos.
Para o guarda curitibano Plínio
Teixeira Lopes, é “importante debater estas questões porque os
problemas que nós temos hoje só mudam de endereço e esse debate entre as
guardas de outras cidades permite que a gente possa chegar a resultados
melhores”. Durante o seminário foi avaliado que a PL que tramita no
Congresso deve ter alguns itens vetados pela presidenta Dilma Rousseff.
Nomeação
Para definir o papel e as
atribuições da guarda, o palestrante e guarda municipal Oséias Francisco
da Silva, que é consultor na área de Segurança Pública, defende a
diferenciação entre o termo polícia e guarda. Ele sugere o termo “guarda
civil municipal”, porque guarda traz o ‘conceito de guardar, tomar
conta, amparar’ e a troca coloca a guarda neste novo cenário de
segurança, para uma nova política de segurança. “O discurso atual dos
políticos faz uma relação direta entre segurança pública e polícia. O
poder de polícia é o poder da administração pública”, separa.
Aposentadoria Especial
Critérios para os guardas se
aposentarem de forma especial estiveram na palestra do advogado Ludimar
Rafanhim. Para ele, assim como se preocupar com a regulamentação da
carreira, os guardas devem se preocupar com os aspectos previdenciários.
Um deles é aposentadoria especial, pois os trabalhadores estão
habitualmente expostos ao risco. “É preciso lutar em duas frentes: pelo
cumprimento das decisões nos mandados de injunção e pela regulamentação
da matéria no Congresso Nacional”, explica o advogado.
Encaminhamentos
Ao final do encontro, os
guardas municipais decidiram realizar um encontro junto com a Confetam. O
objetivo é fortalecer a organização da categoria em esfera federal e
elaborar um documento das GM’s a ser encaminhado às comissões do
Congresso Nacional. “O seminário foi importante para avaliarmos essa
necessidade, como expôs o palestrante Maurício Villar, e cobrarmos dos
congressistas uma regulamentação que atenda os interesses dos guardas
municipais e a necessidade da população”, finaliza Diogo Monteiro,
diretor da Fessmuc.
Outro encaminhamento é realizar
um ato simbólico nesta quarta-feira, 19, nas cidades onde haja guardas,
por 30 minutos. A intenção é divulgar à população a reivindicação da
categoria: “Na Luta pela regulamentação da carreira”.
mais fotos do evento clique aquiAutor: Manoel Ramires e Guilherme Carvalho
fonte: sismuc.org.br
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