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sábado, 15 de maio de 2010

Arapongagem na GMBH



Coronel e tenente são suspeitos da irregularidade;um deles deixa o cargo
Publicado no Jornal OTEMPO em 15/05/2010Avalie esta notícia » 246810.Andréa silva
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Recentemente, agentes da Guarda Municipal denunciaram abuso de autoridade de seus superioresRodrigo Clemente - 28.8.2009
Recentemente, agentes da Guarda Municipal denunciaram abuso de autoridade de seus superiores
O prefeito Marcio Lacerda determinou ontem a abertura de um processo disciplinar contra o coronel Cláudio Lelis de Araújo e o tenente Dirceu Nascimento Lopes, servidores comissionados da Guarda Municipal de Belo Horizonte. Os dois estão sob investigação há um mês, suspeitos de instalar equipamento de escuta irregular na sala de inteligência e segurança física do órgão para vigiar os guardas. Depois do incidente, o coronel Lelis pediu desligamento da Guarda.

Lacerda recebeu o relatório da investigação ontem. O documento trouxe a confirmação da prática de escuta clandestina e a abertura do processo disciplinar contra Araújo e Lopes deverá ser publicada hoje no "Diário Oficial do Município" (Dom).

Segundo o líder do governo na Câmara, escalado para fazer a defesa oficial da Prefeitura de Belo Horizonte no caso, vereador Paulo Lamac (PT), a sindicância vai averiguar "prática irregular, má conduta e deslealdade dos servidores com a administração pública".

O caso. O equipamento de escuta foi descoberto no último dia 9 de abril, quando dois servidores chegaram na sede da Guarda para trabalhar. Segundo o presidente da Associação dos Guardas Municipais de Belo Horizonte e Região Metropolitana, Wellington José Cesário, os guardas ficaram indignados quando perceberam que se tratava de um microfone. "Ao tentarem retirar o equipamento, o tenente Dirceu Lopes entrou na sala com outro guarda e os impediu. Em seguida, ordenou que o servidor que estava com ele arrancasse o microfone", contou Cesário.
Os dois guardas filmaram e fotografaram o equipamento sendo arrancado do teto. No mesmo dia, eles acionaram a Polícia Militar e registraram uma ocorrência. Uma denúncia foi encaminhada à Câmara.

CPI. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)chegou a ser cogitada na Câmara Municipal como uma outra frente de investigação. Após receberem a denúncia, os vereadores cabo Júlio e Elaine Matozinhos, membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, chegaram a protocolar um pedido de CPI para investigar a escuta e denúncias de assédio moral contra os guardas. Mas, com o relatório de ontem, a investida deve ser descartada.

A reportagem tentou ouvir representantes da Guarda, sem sucesso.

Audiência

Debate. No último dia 10 foi realizada uma audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Além da instalação clandestina da escuta, foram debatidas denúncias de assédio moral e perseguição contra guarda municipais.

Entenda o caso

Em 9 de abril, dois guardas municipais chegaram para trabalhar e descobriram um microfone escondido no forro de uma sala do órgão. Revoltados, eles decidiram retirar o equipamento, mas foram impedidos por um dos gerentes, o tenente Dirceu Nascimento Lopes. Eles tiraram fotos e filmaram o momento em que o aparelho de escuta foi retirado sob ordem de Lopes.

Os dois servidores acionaram a Polícia Militar, que registrou a ocorrência. O caso foi denunciado à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, onde foi protocolado um pedido de abertura de uma CPI.

Mais de um mês depois, após receber o relatório confirmando a suspeita de escuta irregular, o prefeito determinou a abertura de um processo disciplinar contra Lopes e o coronel Cláudio Lelis Araújo.

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